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Foto do escritorMarcio Funchal

Desempenho da Indústria de Celulose, Papel e Papelão na Visão do Empresário do Setor

Coluna mensal elaborada à pedido da Revista O Papel/ABTCP - Coluna Estratégia e Gestão - Edição de Maio de 2023.


Na coluna Estratégia e Gestão deste mês eu trago aos leitores uma análise do desempenho do Setor de Celulose, Papel e Papelão, pelo ponto de vista do empresário deste setor. Para tanto, utilizei um conjunto de pesquisas publicadas periodicamente pela CNI – Confederação Nacional da Indústria.


Para o presente artigo, utilizei a escala de percepção original das referidas pesquisas: notas entre 0 (zero) e 49 (quarenta e nove) indicam situação insatisfatória, sendo que 0 (zero) indica o máximo de negatividade na pergunta feita ao empresário. Já as escalas entre 51 (cinquenta e um) e 100 (cem) mostram situação positiva, sendo o valor 100 (cem) a nota máxima de satisfação. Como decorrência, notas próximas a 50 (cinquenta) indicam uma situação de neutralidade, de indiferença na percepção.


A Figura 1 mostra a percepção do empresário com relação à economia brasileira. A Figura da esquerda contém a percepção do momento em que foi realizada a pesquisa, focando o olhar nos últimos 6 meses correspondentes. Já a Figura da direita sinaliza a percepção para os próximos 6 meses em cada período em que a pesquisa foi realizada. Os dados mostram claramente que, na média, o empresário do Setor de Celulose, Papel e Papelão é rotineiramente mais otimista com as possibilidades futuras do que com a percepção que descreveu sobre os fatos passados.

Na Figura 2, as análises se concentram sobre o desempenho financeiro das suas respectivas companhias. Na esquerda, a percepção sobre a Margem de Lucro operacional (dos últimos 6 meses anteriores ao momento da entrevista) é predominantemente ruim em praticamente todo o período avaliado, embora esteja gradualmente se dirigindo para um patamar de neutralidade nos meses mais recentes. Já na direita a percepção se refere à situação financeira da sua empresa. Aqui fica evidente que a percepção (em relação aos 6 meses anteriores ao momento da entrevista) melhorou a partir do 4º trimestre de 2020. Contudo, é importante destacar que o sentimento de satisfação não é de grande expressividade.

A avaliação quanto ao desempenho operacional das companhias está resumida na Figura 4. À esquerda, temos a percepção de satisfação com a evolução da produção industrial. Os dados mostram uma grande volatilidade da opinião do empresário ao longo do horizonte selecionado. Este fato não ocorre quando se estuda o nível dos estoques de produtos acabados (Figura da direita), onde prevalece claramente a percepção de insatisfação. Com base única e exclusiva nestes dois indicadores, temos que, na média, o setor de Celulose, Papel e Papelão vem enfrentando dificuldades para calibrar o sistema de controle de “ordens de compra” X “fabricação” X “estoques” X “expedição”, pelo menos no período considerado.

A última análise está focada nos aspectos gerais de mercado envolvendo a atividade empresarial: demanda e investimentos (ver Figura 4). Na esquerda, a expectativa de demanda futura (próximos 6 meses a contar da data da entrevista) teve uma percepção bastante positiva ao longo de praticamente toda a janela temporal. Contudo, é muito importante destacar a forte interrupção dessa percepção positiva ocorrida perto da conclusão do ano de 2022. Na direita temos a percepção sobre os investimentos futuros da companhia. Aqui temos prevalência do otimismo para manter a continuidade dos programas de investimento, mostrando que, apesar das incertezas sobre a demanda futura, as companhias permanecem, no momento atual, acreditando na solidez dos seus mercados.


Coluna mensal elaborada à pedido da Revista O Papel/ABTCP - Coluna Estratégia e Gestão - Edição de Maio de 2023.


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